sábado, 19 de junho de 2010

* HISTORIA DO BONSAI

A HISTORIA DO BONSAIA Natureza sempre foi o caminho para o homem estreitar suas relações com o divino. Por esse motivo, as florestas eram o templo sagrado de muitas civilizações e a proteção na busca de equilíbrio. Assim, percorrer os caminhos tortuosos da floresta era comum, principalmente entre os monges chineses e os taoístas, interessados em meditar e reabastecer suas energias.Entre os elementos naturais dignos de adoração, as árvores centenárias eram o exemplo mais marcante de longevidade e superação da ação do tempo. Mesmo expostas a condições desfavoráveis, elas renasciam, floresciam e frutificavam todo ano. Era a verdadeira vitória contra a morte. Com o passar dos anos, surgiu a idéia de levar para as cidades um pouco da "essência mágica" das florestas.As árvores, então, começaram a ser cultivadas em vasos pequenos ou bandejas, mas com a aparência de terem vivido muitos anos. Essas miniaturas eram chamadas de pun sai e cada monge budista cuidava do seu exemplar com dedicação absoluta para apresentarem uma expressão de saúde e beleza natural, mas, principalmente, para servirem de veículo à meditação.Desenvolvida pelos chineses desde o ano 200 a.C., essa arte provavelmente foi levada ao Japão por monges. Na Era Kamakura, entre 1192 e 1333, ocorreu a primeira menção ao bonsai em terras japonesas, sinal de que os nobres já haviam descoberto esse tesouro em miniaturas de ameixeiras, cerejeiras e pinheiros plantados em vasos.A popularidade do bonsai já era imensa na Era Edo, entre os anos de 1615 e 1867, principalmente pelas espécies floríferas e com folhagens coloridas. O período também é marcado pelo desenvolvimento das técnicas de cultivo e a criação dos estilos básicos.Mas foi só no começo do século XX que o mundo ocidental pôde admirar a perfeição das árvores cultivadas em espaços reduzidos. As exposições destas pequenas obras de arte, criadas em conjunto pelo homem e a Natureza, davam ao mundo lições de paciência, dedicação e técnica.O bonsai passou a ser popular nas grandes cidades carentes do contato com a Natureza. Logo, tornou-se um hobby que se espalhou por diversos países. No Brasil não é diferente. Muitas pessoas dedicam anos para dar a forma envelhecida às suas plantas, inclusive muitas nativas. Afinal, num país tropical com tantas espécies de árvores, nada mais justo do que se aventurar pelo mundo do bonsai.

* A VIDA SECRETA DAS PLANTAS




Plantas e eletromagnetismoAssim como respondem aos comprimentos de onda damúsica, as plantas são continuamente afetadas peloscomprimentos de onda do espectro eletromagnético,vindos da Terra, da Lua, dos planetas, do cosmo e de umsem-número de engenhos concebidos pelo homem; restasaber apenas com exatidão quais os benéficos e quais osprejudiciai s . Uma tarde, por volta de 1730, um escritor e astrônomo francês, Jean- Jacques Dertous de Mairan, regava uma coleção de Mimosa pudica em sua sala de estar emParis quando, para sua surpresa, notou que o desaparecimento do sol parecia fazer com que as folhas das plantas sensitivas se retraíssem, tal como quando tocadas com a mão. Legítimopesquisador, admirado por seu contemporâneo Voltaire, Mairan não se precipitou a concluir que as plantas, com a chegadada noite, estavam simplesmente "indo dormir". Em vez disso,esperou que o sol se erguesse de novo e colocou duas de suasplantas num armário escuro. As folhas dessas plantas - notou então - permaneciam normalmente abertas ao meio-dia; ao pôr-do-sol, no entanto, elas se retraíam com a mesma rapidez observada nas plantas que continuavam sobre a mesa da sala. Mairan concluiu que a dormideira ou malícia devia ser capaz de"sentir" o sol, ainda que o não "visse". Mas Mairan - cujas investigações científicas iam desde o movimento de rotação da Lua e as propriedades físicas da aurora boreal até a razão daluminosidade do fósforo e as peculiaridades do número 9 - não soube esclarecer a causa do fenômeno. Num relatório enviadoà Academia Francesa, sugeriu insatisfatoriamente que suasplantas deviam estar sob a influência de um fatordesconhecido no universo, fator ao qual talvez se sujeitassemainda os pacientes hospitalizados, que em certas horas do diapareciam f icar extremamente fracos.Cerca de dois séculos e meio depois, o Dr. John Ott, que dirigeo Instituto de Pesquisas sobre a Luz e o Bem-estar Ambiental em Sarasota, na Flórida, interessouse pelas observações de Mairan, que foi capaz de conf irmar, e quis saber se a "energia desconhecida" em questão penetraria uma massacompacta de terra, a única couraça reconhecidamente capazde bloquear a chamada "radiaçãocósmica".Ao meio-dia, Ott levou seis pés de dormideira para ofundo de uma mina, quase 200 metros abaixo da superfície da Terra. Ao contrário dos trancados no armário de Mairan, os espécimes subterrâneos de Ott recolheram imediatamente as folhas, sem esperar pelo crepúsculo; fizeram-no, inclusive, quando ao redor foram acessas lâmpadas elétricas. Mas,sobre a causa do fenômeno, Ott continuou na mesma escuridão que seu predecessor francês, a não ser por relacioná-loao eletromagnetismo, do qual pouco se sabia no tempo de Mairan. Tudo o que os contemporâneos de Mairanconheciam sobre a eletricidade era o que lhes tinha sido transmitido pelos gregos em relação às propriedades do âmbaramarelo - ou élektron, como o chamavam -, que atraía umapena ou um fiapo de palha quando f r i ccionado intensamente. Antes de Aristóteles, já se sabia que a magnesita ou pedra-ímã, um óxido de ferro preto, também podia exercer uma atração igualmente inexplicável sobre limalhas de ferro. Como esse material era abundantemente encontrado numa região da Ásia Menor chamada Magnésia, passou a serconhecido como magnes lithos, ou pedra magnésia,termo reduzido para magnes em latim, magnet em inglês(Magneto em português - N. do T.).O primeiro a vincular a eletricidade ao magnetismo foi osábio do século XVI William Gilbert, cuja perícia notratamento de doenças e erudição filosófica valeram-lhe adesignação para médico da Rainha Elizabeth I. Proclamando que o próprio planeta era um magneto globular, Gilbert atribuiu uma "alma" à pedra-ímã, posto que ela era "parte e descendente dileta de sua mãe animada, a Terra". Osábio descobriu ainda que outros materiais, além do âmbaramarelo, eram capazes de atrair objetos, quando friccionados,qual i f icando-os de "elétricos" e cunhando a expressão "forçaelétrica" .Durante séculos, as forças atrativas do âmbar e da pedra-ímãforam tomadas - fossem o que fossem - por "fluídos etéreospenetrantes" emitidos pelas substâncias. Cinquenta anos apósas experiências de Mairan, Joseph Priestley, conhecido sobretudo como o descobridor do oxigêni o , escrevia em seu popular compêndio de eletricidade:A Terra e todos os corpos que nos são familiares, sem exceção, parecem conter certa quant idade de um fluído supremamenteelástico e sutil que os filósofos concordam em chamar de elétrico.Fenômenos notáveis se originam em qualquer corpo desde que se altere, para mais ou para menos , seu conteúdo natural desse fluído. Diz-se então que o corpo está eletrificado e ele é capaz de apresentar aspectos que são atribuídos à força daeletricidade. O verdadeiro conhecimento do magnetismo evoluiu muito pouco até o século XX. Como, pouco antes da PrimeiraGuerra Mundial, o Prof. Silvanus Thompson declarounuma conferência em homenagem a Robert Boyle,"as propriedades ocultas do magnetismo, depois de teremexcitado a admiração da humanidade por séculos, continuam ocultas, e não apenas por requererem ainda investigações experimentais, mas também por permanecer inexplicada sua causa última". Um texto publicado logo após a Segunda GuerraMundial pelo Museu da Ciência e Indústria de Chicago declara que os seres humanos ainda não sabem por que a Terra é um ímã, como os materiais magnéticos são afetados por ímãs distantes deles, por que as correntes elétricas têm à sua voltacampos magnéticos, nem mesmo por que os átomos de matéria, minúsculos como são, dão forma a prodigiososvolumes de espaço, aparentemente vazios, onde a energia se condensa. Nos três séculos e meio decorridos desde a publicação da famosa obra de Gilbert De magnete, muitas teorias foram propostas para explicar a origem do geomagnetismo, mas nenhuma delas é satisfatória.O mesmo pode ser dito a respeito da física contemporânea, que substituiu a idéia de um "fluído etéreo" por um espectro deradiações ondulatórias chamadas "radiações eletromagnéticas",estendendo-se de enormes macropulsações, cada qual com aduração de várias centenas de milhares de anos e com ondas de milhões de quilômetros de comprimento, até super-rápidaspulsações energéticas que se alternam 10 sextilhões de vezespor segundo, com comprimentos de onda infinitesimais que medem a décima bilionésima parte de um centímetro. As do primeiro tipo são associadas a fenômenos comoa inversão do campo magnético terrestre; as do segundo, à colisão de átomos, em geral de hidrogênio e hélio, que se movem a velocidades incrivelmente altas e se convertem na forma de energia radiante chamada de "raios cósmicos". Entre elas, estão incontáveis faixas de ondas energéticas, inclusive os raios gama, que se originam nos núcleos dos átomos; os raios x, que se originam em suas camadas exteriores; uma série de frequências que, por serem visualmente perceptíveis, são chamadas de luz; e as frequências usadas em rádio, tevê, radar e um número cada vez maior de setores, da pesquisa espacial à cozinha eletrônica. As ondas eletromagnéticasdiferem das ondas sonoras por se transmitirem não só através da matéria, mas também através do "nada", precipi tando-se a uma velocidade de 300 milhões de quilômetros por segundoatravés de vastas regiões do cosmo que já se supôscontivessem um meio chamado "éter", mas que agora são tidas por um vácuo quase perfeito. Mas ninguém explicou a inda como, exatamente, se transmitem. Como nos disse um físico eminente, "nem conseguimos entender o danado domecanismo".Em 1947, Jean Antoine Nollet , um abade e físico francês, tutor do delfim, foi informado por um físico alemão de Wittenberg de que a água que caía gota a gota de um tubo capilar poderiacorrer num fluxo constante, caso o tubo fosse eletrificado.Após repet ir a exper iência do alemão e acrescentar-lheoutras de sua própria concepção, Nollet passou, como disse mais tarde, "a acreditar que essa virtude elétrica, empregada de certa maneira, poderia ter algum efeito sobre os corposorganizados, l icitamente vistos como máquinas hidrául icas fabricadas pel a própria natureza" . Nollet pôs várias plantas, em vasos metál icos, perto de um condutor e f icou intrigado aoverif icar que seu r itmo respiratório aumentava. Numa longa série de experiências, testou não só narcisos, mas tambémandorinhas, gatos e pombos, notando que todos elesperdiam peso mais depressa quando eletrificados.Decidido a averiguar a eventual influência dos fenômenoselétricos sobre e germinação, Nollet plantou dezenas desementes de mostarda em dois pequenos recipientes ,eletri f icando um deles, durante uma semana, das 7 às 10 da manhã e das 3 da tarde às 8 da noi te . Findo o prazo, todas as sementes do recipiente eletrificado tinham germinado e chegado a uma altura média de 15 a 16 lignes - a linha,velha medida francesa, correspondente à duodécima parteda polegada, ou cerca de 2,25 milímetros. Das sementes nãoeletrificadas, só três tinham brotado, medindo apenas de 2 a 3lignes de altura. Sem nem sequer imaginar por quê, Nollet apenas pôde sugerir, em seu longo comunicado à Academia Francesa, que a eletricidade parecia ter efeitos profundos sobre o crescimento das formas vivas. A conclusão de Nollet foiformulada poucos anos antes de uma notícia alvoroçar a Europa: a de que Benjamin Franklin, em Filadélfia, captara a descarga elétrica de um raio soltando um papagaio em meio a uma tempestade. Atingindo uma ponta de metal na armação do papagaio, o raio descera pela linha molhada até uma garrafa de Leyden, aparelho inventado em 1746, naUniversidade de Leyden, que permi tia condensar a eletricidadeem água e descarregá-la numa única explosão súbita. Até então, só a eletricidade estát ica, produzida por um gerador eletrostático, podia ser condensada numa garrafa de Leyden.Enquanto Franklin colhi a eletricidade das nuvens, o brilhante astrônomo Pierre Charles Lemonnier, admitido na Academia Francesa aos 21 anos e mais tarde aclamado por sua descoberta da obliquidade da eclíptica, determinava que, mesmo em dias ensolarados, existe na atmosfera terrestre um estado permanente de atividade elétrica. Continuava a serporém um mistério a ação das cargas onipresentes sobre asplantas. A tentat iva seguinte de adaptar a eletricidadeatmosférica à frutificação das plantas ocorreu na Itália. Em1770, um certo Prof. Gardini esticou vários fios de aramesobre uma produtiva plantação monástica em Turim. Em pouco tempo, muitas das plantas murchavam e morriam. Mas aplantação reviveu tão logo os monges ret iraram os fios.Gardini deduziu que ou bem as plantas tinham sidoprivadas de um fornecimento natural de eletricidadenecessário a seu crescimento, ou bem tinham recebido umadose excessiva. Ao saber que , na França, os irmãos Joseph-Michel e Jacques-Étienne Montgol f ier t inham feitosubir um imenso balão cheio de ar aquecido, permi tindo adois passageiros viajar 10 quilômetros sobre Paris em25 minutos, Gardini recomendou que esse novo invento fosseaplicado à horticultura, ligandose a ele um longo f io através doqual a eletricidade pudesse ser conduzida de grandes alturas até as plantações. Essas propostas francesas eitalianas pouco interessaram aos figurões científicos de então, que já começavam a dar mais atenção aos efeitos da eletricidade sobre os corpos inertes, em detrimentodos vivos. Também não se comoveram muito quando outrohomem da Igreja, o Abade Bertholon, publicou em 1783 seuabrangente tratado DE l'électrici té des végétaux.Professor de física experiment al em universidades francesas eespanholas, Bertholon deu um sólido apoio à idéia, já expostapor Nollet, de que, alterando-se a viscosidade, ou resistência dos fluídos, nos organismos vivos, a eletricidade podia provocarmudanças em seu crescimento. Citava a informação de um f ísico italiano, Giuseppe Toaldo, segundo o qual dois jasmineirosperto de um pára-raios haviam chegado à incrível altura de 9metros, enquanto os demais do mesmo grupo permaneciam com 1,20 metro. Bertholon, que era consideradomeio fei ticeiro, punha um jardineiro de pé numa prancha demateria l isolante para molhar sua horta com um regadoreletrif icado. Garantia que as verduras cresciam extraordinariamente. De sua invenção é também o que elemesmo chamou de "eletrovegetômetro", um aparelho para captar a eletricidade atmosférica através de uma antena e transmiti -la às plantas. Escrevendo sobre o invento,disse que ele "se aplica à produção vegetal de todotipo, em toda parte, seja qual for o tempo; sua utilidade eeficácia não podem ser ignoradas nem postas em dúvida, salvo pelas almas tímidas que não se entusiasmam com asdescobertas e que nunca hão de deitar abaixo as barreirasda ciência, mas sim permanecer covarde à qual, por paliativo, costumam dar o nome de prudência". Em sua conclusão, o abade ousava sugerir que o melhor ferti lizante para plantas,algum dia, haveria de vir "livre dos céus" em formaelétrica.A perturbadora idéia de uma interação das coisas vivas - de que todas elas, de fato, estavam imbuídas de eletricidade - tomou impulso gigantesco em novembro de 1780, quando a mulher de um cientista bolonhês, Luigi Galvani, descobriu casualmente que uma máquina usada para gerar eletricidade estát ica fazia uma perna de sapo amputada pular espasmodicamente. Chamado a ver o fato, Galvanisurpreendeu-se, mas logo se perguntou se a eletricidadenão ser ia realmente uma mani festação de vida.Achando que sim, no dia de Natal, escreveu em suasanotações: "O fluído elétrico deve ser considerado um meio deexcitar a força neuromuscular". Nos seis anos seguintes, Galvani estudou os efeitos da eletricidade sobre a coordenação muscular, até descobrir acidentalmente que as pernas de sapo também se mexiam sem a aplicação de uma corrente elétrica, desde que os fios de cobre dos quais pendiam fossem impulsionados pela vento contra uma grade de ferro.Compreendendo que a eletricidade, nesse circuito tríplice, só podia provir dos metais ou das pernas, Galvani, firmemente inclinado a tomá-la por uma força viva, acabou associando-a aos tecidos animais e atribuindo a reação a um f luídoou energia vital, inerente ao corpo dos sapos, ao qual chamou de "eletricidade animal".As descobertas de Galvani, a princípio, receberam o calorosoapoio de seu compat riota Alessandro Volta, um físico daUniversidade de Paiva, no ducado de Milão. Mas quando, repetindo a experiência de Galvani , Volta notou que só obtinha o efeito elétrico ao usar dois metais diferentes, escreveu ao Abade Tommaselli, dizendo-lhe ser óbvio que a eletricidade não provinha das pernas de sapo, mas sim "da simples aplicação de dois metais de diferente qualidade".Concentrando-se nas propriedades elétricas dos metais, Volta chegou em 1800 à invenção de uma pilha composta por discos de zinco e cobre a lternados e um pedaço de papel úmido separando as camadas. Instantaneamente carregável , a pilha de Volta enfim libertava os pesquisadores de sua dependência da eletricidade natural ou estática, poi s servia para produzir corrente elétrica uma inf inidade de vezes - e não apenas uma,como a garrafa de Leyden. Precursora de nossos diferentes tipos de acumulador, ela revelava uma eletricidade art i f icial ,cinét ica ou dinâmica, que por pouco não obliterava a noçãode uma energia vital especial nos tecidos vivos formuladapor Galvani. Apesar de ter aceito de início as descobertas de Galvani , Volta escreveu mais tarde:"Se excluirmos dos órgãos animais toda atividade elétrica própria, abandonando assim a atraente idéia sugerida pelasbelas experiências de Galvani , poderemos considerar taisórgãos como simples eletrômetros de um tipo novo e precisão extraordinária". Malgrado a profética afirmação de Galvani, pouco antes de sua morte, de que um dia a análise de todos os aspectos fisiológicos de suas experiências permi t i ria "ummelhor conhecimento da natureza das forças vitai s e de sua duração específica,segundo as variações de sexo,idade, temperamento, saúde e da própria constituição daatmosfera", os cientistas negligenciaram suas teorias eas negaram na prática. Poucos anos antes, sem que Galvani o soubesse, o jesuíta húngaro Maximilian Hell reviveraa idéia, expressa por Gilbert , de que a pedra-ímã transmit ia aos metais ferrosos características da mesma índole da alma; com essa idéia na cabeça, ele inventara uma singular disposição de lâminas de aço magnetizado para curar a s imesmo de um reumatismo persistente. Um amigo seu, ofísico vienense Franz Anton Mesmer, que se interessara pelomagnetismo ao ler Paracelso, impressionou-se com as curas devárias doenças em outras pessoas, logo empreendidas por Hell, e deu início a uma série de experiências para comprová-las. Sem demora, Mesmer se convenceu de que a matéria viva t inha uma propriedade suscetível à ação de "forças magnéticas terrestres e celestiais", propriedade a que chamou de "magnetismo animal", em 1779, e à qual dedicou umatese de doutoramento intitulada A inf luência dos planetas sobre o corpo humano. Ao saber que havia um padre suíço, J. J. Gassner, curando doentes pelo tato, Mesmer adotou com sucesso sua técnica e proclamou que algumas pessoas, entre as quais se incluía , possuíam mais força magnética que outras. Malgrado a aparência de que essas surpreendentes descobertas da energia bioelétrica e biomagnética levariam a uma nova era de pesquisas capaz de unir numa só coisa a f í s ica, a medicina e a f i s iologia, a porta novamente foi fechada, dessa vez por mais de um século. Onde outros tinham falhado, Mesmer era bem sucedido, tratando de casos graves, e isso aguçou a inveja dos demais médicos vienenses. Atribuindo suascuras à feitiçaria e ao Diabo, eles se organizaram emcomissão para investigá-las. Declarando-se a comissãocontra seus feitos, Mesmer f o i expulso da c lasse médica eint imado a abandonar sua prática.Mudando-se em 1778 para Paris, onde as pessoas lhe pareciam "mais esclarecidas e menos indi ferentes às novasdescobertas", conseguiu converter a seus métodos o poderoso Charles d'Eslon, principal médico da corte do irmão de Luís XVI, que o introduziu em círculos influentes. Mas em breve osmédicos franceses se mostraram tão enfurecidos e invejosos quanto seus confrades austríacos. A grita forçou o rei a designar uma comissão para investigar o assunto, embora D'Eslon,numa reunião da classe médica na Universidade deParis, tivesse saudado a contribuição cientí f ica deMesmer como "uma das mais importantes da época".Quando a comissão, que incluía o diretor da Academi aFrancesa de Ciências - que em 1772 decretara solenementeque os meteoritos não existiam - e cujo presidenteera o embaixador norteamericano BenjaminFranklin, deu o veredicto de que "nem existe nem pode terefeito salubre o magnetismo animal", a grande popularidade de Mesmer, assim exposto ao ridículo, começou a declinar.Ret irando-se para a Suíça, ele a í completou, um ano antes demorrer , em 1815, sua obra mais importante: O mesmerismo ou O sistema das influências recíprocas - teoria e prática do magnetismo animal. Em 1820, Hans Christian Oersted,um cientista dinamarquês , descobriu que, colocada perto deum fio eletri f icado, uma agulha de bússola sempre se movia de modo a ficar perpendicular ao fio. Quando a corrente era invertida, a agulha apontava na direção oposta. O fato de uma força agir sobre ela indicava que no espaço ao redor do fio deveria existir um campo magnético. A hipótese levou a uma das mais proveitosas descobertas na história da ciência ,quando Michael Faraday, na Inglaterra, e Joseph Henry, nosEstados Unidos, compreenderam independentemente que ofenômeno oposto era igualmente válido, ou seja, que um campo magnét ico poderia induzir uma corrente elétrica se o fio fosse movido através dele. Assim f o i inventado o "gerador" e, com ele, um mundo totalmente novo de engenhos elétricos .Hoje, os livros sobre o que o homem pode fazer com aeletricidade enchem dezessete prateleiras de 30 metros nasestantes da Biblioteca do Congresso em Washington, mas oque é e por que funciona a eletricidade continuam a sermistérios tão grandes quanto na época de Priestley. Os cientistas modernos, não fazendo ainda idéia da composição das ondas eletromagnéticas, limitam-se simplesmente aempregá-las em rádio, radar, televisão e torradeiras .Em virtude de uma concentração tão mal equilibrada sobre aspropriedades mecânicas do eletromagnetismo, só umreduzido grupo de indivíduos, no transcurso dos anos, deuatenção a saber como e por que o eletromagnetismo podeafetar os seres vivos. Entre eles figura com destaque oBarão Karl von Reichenbach, um cientista alemão deTubingen que em 1845 descobriu produtos extraídosdo alcatrão vegetal, entre os quais o creosoto, usados paraa preservação de mourões de cercas e estacas imersas.Certo de que pessoas especialmente dotadas - ou,no seu próprio fizer, "sensitivas" - podiam ver uma energia estranha emanando de todas as coisas vivas, e mesmo das extremidades de um ímã, cunhou para t a l energia o tempo de odyle ou od. Embora suas obras fosse traduzidas em inglês por um eminente médico, Willian Gregory, designado professorde química na Universidade de Edimburgo em 1844, comoPesquisas sobre as forças do magnetismo, elet ricidade,calor e luz em relação à força da vida, suas tentativas paraprovar a existência delas aos físicos contemporâneos daInglaterra e do continente foram sumariamente rejeitadas.Reichenbach indicou o motivo da repulsa à sua "força ódica" aoescrever: "Sempre que eu tocava no assunto, sentia-me como se dedilhasse numa corda uma nota desagradável. Em seus espíritos, as pessoas associavam od e sensitividade ao chamado magnetismo animal e ao mesmerismo, e com isso toda a simpatia acabava". A associação, com efeito, não se justi f icava, pois Reichenbach fora bastante claro ao declarar que, embora a misteriosa força ódica pudesse parecer com o magnetismo animal e a ele fosse conjugada, tambémpodia existir separadamente. Anos depois, Wilhelm Reichafirmaria que "a energia da qual tratavam os ant igos gregos e os modernos desde Gilbert era basicamente diferente da energia de que tratam os físicos desde Volta e Faraday, obtida pela movimentação de fios em campos magnéticos; diferente não apenas quanto ao princípio de sua produção, mas diferente em fundamento". Reich acreditava que os antigos gregos, com o princípio de fricção, tinham descoberto a misteriosa energia à qual deu o nome de "orgônio", tão semelhante ao od de Reichenbach e ao éter dos antigos. Reich garantia que oorgônio é o meio no qual a luz se move, bem como o meio daatividade gravitacional e eletromagnética, e que elepreenche todo o espaço, em diferentes graus e concentração, e está presente até mesmo no vácuo. Considerava-o o vínculo básico entre a matéria orgânica e a inorgânica. Na década de 60, pouco após a morte de Reich, tornavam-se esmagadoras as evidências de uma base elétrica nos organismos. Um autor que escreve sobre a ciência ortodoxa, D. S. Halacy, reconheceu isso em termos simples: "O fluxo dos elétrons é básico para praticamente todos os processos vitais". As dificuldades surgidas no período entre Reichenbach e Reich derivaram parcialmente da voga científica de considerar as coisas à parte ,em detrimento de seu estudo como todos funcionais. Aomesmo tempo, um abismo cada vez maior separou ospesquisadores envolvidos com as chamadas "ciênciasnaturais" dos físicos inclinados, numa progressão constante, a só dar crédito ao que podiam ver ou medir instrumentalmente. Nesse meio tempo, a química se concentrou em ent idadesseparadas cada vez menores e mais variadas que em suarecombinação artif icia l propunham uma fascinantecornucópia de novos produtos. A primeira síntese art ificialde uma substância orgânica, a uréia, fei ta em laboratório em1828, pareceu destruir a idéia de que havia um aspecto"vital" especial nos seres vivos. A descoberta das células, assigni ficativas contrapartes biológicas dos átomos da filosofiagrega clássica, sugeriu que as plantas, os bichos e o própriohomem eram apenas diferentes combinações desses blocos deconstrução ou agregados químicos. Nesse clima novo,poucos tomaram a iniciativa de estudar a fundo os efeitos doeletromagnetismo sobre a vida. Não obstante, algunsindividualistas excêntricos formulavam volta e meia umaidéia de que as plantas poderiam responder a forças cósmicas,livrando assim do esquecimento as descobertas de Nollet eBertholon. Na América do Norte, William Ross, ponto à prova afirmações feitas pelo Marquês de Anglesey de que as sementes germinavam mais rápido quando eletrificadas,plantou pepinos, numa mistura de óxido preto de manganês, sal de cozinha e areia lavada, regando-os com ácido sulfúrico diluído. Ligou então uma corrente elétrica à mistura, levando as sementes a germinarem muito mais depressa que outras postas numa mistura idêntica, mas não eletri f icadas .Um ano mais tarde, em 1845, o primeiro número do Journal Ofthe Horticultural Society, de Londres, publicava um longorelato sobre a "Influência da eletricidade na vegetação", escritopor um agrônomo, Edward Sol ly, o qual, como Gardini , t inhaestendido fios sobre canteiros e, como Ross, experimentadoenterrá-los. Mas, das setenta experiências de Solly com várioscereais, legumes e flores, sódezenove tiveram resultadosbenéficos, enquanto outras tantas foram prejudiciais.Os resultados conflitantes conseguidos por taispesquisadores deixavam claro que a quantidade, a qualidadee a duração da estimulação elétrica eram de fundamentalimportância para cada tipo de forma vegetal. Mas, como osfísicos não dispunham de instrumental para medir seusefeitos específicos e ainda não sabiam exatamente comoa eletricidade, art i f icial ou atmosférica, agia sobre asplantas, o campo experimental f icou entregue ahorticultores empenhados e a simples curiosos. Mesmoassim, continuaram a ser registradas várias observações que demonstravam que a vegetação tinha uma característica elétrica. Em 1859, um número do Gardener's Chroniclelondrino publicou a informação de que um brilhosúbito passava de uma verbena vermelha para outra,acrescentando que a melhor ocasião para observar ofenômeno eram os momentos crepusculares quando umatempestade se armava depois de muitos dias secos. Issoval idava a observação, feita por Goethe, de que as papoulas orientais emitiam um brilho estranho ao crepúsculo. Só na última parte do século, na Alemanha, abriram-se novasperspectivas sobre a exata natureza da eletricidade no ar,que Lemonnier t inha descoberto. Julius Elster e Hans Gai t e l ,especializando-se na emissão espontânea de radiação porsubstâncias inorgânicas, que já se começava a chamar de"radioatividade", deram início a um vasto estudo da eletricidadeatmosférica. Tal estudo iria revelar que o solo terrestre l iberacontinuamente no ar partículas eletricamente carregadas.Chamadas de íons - palavra formada do particípio presente doverbo grego ienai, que signi fica i r , andar -, essas partículas foram consideradas como átomos, grupos de átomos ou moléculas que, ganhando ou perdendo elétrons, passavam a ter uma carga posit iva ou negativa. A observação de que a atmosfera estava permanentemente cheia de eletricidade, feita por Lemonnier , encontrava enfim um tipo de explicação material. Em dias c laros e firmes, a terra tem uma carga elétrica negativa, ao passo que a da atmosfera épositiva: os elétrons, em consequência, f luem do solo e dasplantas em direção ao céu. Durante as tempestades, apolaridade se inverte, tornando-se positiva a terra, e negativa a base da camada de nuvens. Como, ao que se estima, há de 3000 a 4000 tempestades "elétricas", em qualquer momento dado, agitando a superfície do globo, as cargas perdidas pela terra nas zonas favorecidas por tempo ameno são assim substituídas,estabelecendo-se um perfeito equilíbrio dos elementoselétricos . Em decorrência desse fluxo de eletricidade emmani festação constante, a voltagem, ou tensão elétrica,aumenta nas altitudes maiores. Entre a cabeça deum homem de 1,80 metro e o chão que pisa, é de 200 volts;entre o topo do Empire State e as calçadas que o rodeiam,de 40000; no intervalo entre as camadas mais baixas daionosfera e a superf ície da Terra, de 360.000. Ainda queisso pareça uma ameaça, o perigo de choque é reduzido,pois há pouca passagem de corrente. A maior di f iculdade,para o aproveitamento desse vasto reservatório de energia,é não dispormos ainda de um conhecimento exato de seufuncionamento e das leis que governam suas operações.Uma nova investida quanto à aplicação da eletricidadeatmosférica ao crescimento das plantas teve inícioquando um cientista f inlandês de interesse ecléticos, SelinLemstrom, realizou quatro expedições às regiõessubpolares dos Spitsbergen, ao norte da Noruega, e daLapônia, de 1868 a 1884. Especialista em luz polar emagnetismo terrestre, Lemstrom sugeriu que avegetação luxuriante dessas latitudes, atribuída pelaopinião popular aos dias longos de seus verões, estavade fato relacionada ao que ele chamou de "violenta mani festação elétrica", a aurora boreal. Sabendo-se, já desde o tempo de Franklin, que as pontas afiladas exerciam uma atração especial sobre a eletricidade atmosférica -observação que conduziu ao desenvolvimento de pára-raios -,Lemstrom afirmou que "as pontas afiladas das plantas funcionam como pára-raios para captar a eletricidade atmosférica e faci l itar a troca de cargas entre o ar e osolo". Estudando os anéis em cortes transversais de caules deabetos, concluiu que seu crescimento anual correspondiaintegralmente a períodos de aurora alta e atividade dasmanchas solares, tornando-se os efeitos mais pronunciados àmedida que se avançava para o norte. Ao voltar para casa, disposto a confrontar suas observações e experiências, Lemstrom conectou uma série de flores em vasos demetal a um gerador estático, usando para tanto, à guisa decondutor aéreo, uma rede de fios posta cerca de 40 centímetrosacima delas e, à guisa de ligação de terra, uma haste f incada no chão. Outros vasos foram "abandonados à natureza". Depois de oito semanas, as plantas eletri f icadas revelavam um ganho em altura quase 50% superior ao das demais. Transferindo a aparelhagem para a horta, não só dobrou sua colheita de morangos como também notou que elesficavam mais doces; sua colheita de cevada, por outro lado,aumentou em um terço.Numa longa série de experiências, e fetuadas agoraem regiões mais ao sul , até a Borgonha, os resultados deLemstrom variaram de acordo com as f rutas, legumes,cereais específicos, bem como com a temperatura, umidade,ferti lidade natural e adubação do solo. Os êxitos que obteveforam relatados num livro publicado em 1902 emBer l im, Eletrocultura, e o termo por ele cunhado para ot í tulo incluído na Enciclopédia padrão de horticultura, de Liberty Hyde Bailey. A tradução inglesa do l ivro de Lemstrom, intitulada A eletricidade na agricultura e na horticultura, que apareceu em Londres dois anos depois do original alemão, advertia em sua introdução, áspera mas verdadeiramente, como depois de verificou, que o controvertido tem poderianão ser "muito do agrado" dos cientistas, uma vez que estavavinculado a nada menos de três disciplinas distintas, afísica, a botânica e agronomia. Um de seus lei tores, Sir Oliver Lodge, prescindia porém dessa advertência. Após distinguirses ingularmente no campo da física, ele demonstrara suaabertura de espírito passando a integrar a Sociedade dePesquisas Psíquicas, sediada em Londres, e publicandouma dezena de livros nos quais afirmava sua crença deque outros mundos jazem além do físico. Lodge resolveu eliminar o problema encontrado por Lemstrom parasuspender a rede de f ios à medida que as plantas cresciam; a sua foi montada com isoladores em postos altos, permitindo assim a livre circulação de pessoas, animais e implementos agrícolas pelos campos elet r i f icados . Tendo s idocapaz de aumentar em 40% o rendimento por acre do t r igocanadense Red Fife, Lodge se encheu de alegria ao saber que a farinha dele extraído, segundo o testemunho de padeiros, dava um pão mui to superior ao produzido com farinha comum. Após trabalhar com Lodge, seu colaborador John Newman adaptou o sistema para obter aumentos de mais de 20% em lavouras de trigo, em Evesham, na Inglaterra, e de batata, em Dunfries, na Escócia. Além de muito mais produtivos queos não el etrificados, os morangueiros de Newman, como osde Lemstrom, davam frutos mais suculentos e mais doces, enquanto suas beterrabas pareciam ter uma maior percentagem de açúcar que o normal. O resultado dasexperiências de Newman, que não deixa de ser i n teressante, não foi publicado numa revista botânica, mas s im na quinta edição do Manual básico para engenheiros elet ri cistas, lançado pela McGraw- Hill em Nova York. Desde então, f o i a classe dos engenheiros - mais que a dos especialistas em plantas - quese dedicou a dar assídua cont inuidade aos esforçoseletroculturais.Fonte: A vida secreta das plantas,Peter Tompkins e Chris topher Bird,Círculo do Livro, pp. 175-189.

* CUIDADOS COM PINHEIRO NEGRO


Matsu é o nome japonês de uma das mais apreciadas espécies para bonsai, o Pinheiro.
Pinheiros têm um poder definitivo e estético, uma árvore de muito valor. Ao mesmo tempo, o Pinheiro é também uma das espécies mais difíceis para se transformar em bonsai.
Muito embora o Pinheiro, Matsu, seja tolerante à seca e resista tanto com temperaturas congelantes como com verões quentes, ainda assim não é um dos bonsais mais fáceis para manter.
Os Pinheiros parecem ter se desenvolvido para lidar com o ambiente no qual se estabeleceram e são, portanto, difíceis de serem movidos para uma outra região sem que isso seja feito com muito cuidado.
Os Pinheiros demandam muito conhecimento acerca das técnicas a serem utilizadas. As necessidades biológicas do Pinheiro precisam ser compreendidas para que se possa lidar com a espécie e obter a recompensa dessa árvore maravilhosa.
Nas seções deste website, tentei cobrir boa parte das informações necessárias. Meu objetivo é fornecer um apanhado geral que possa ser compreendido, para que se obtenha um melhor sucesso com os Pinheiros como bonsai.
Constantemente, adicionarei novas informações a esta seção.
Se você quiser conhecer o Pinheiro, lide com ele!
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Deixe menos agulhas nas áreas mais fortes e mais agulhas nas partes mais fracas.
O efeito obtido
O propósito de arrancar agulhas consiste em que vários novos botões serão formados durante o Inverno.
A técnica de arrancar as agulhas
Use seus dedos para gentilmente quebrar e puxar as agulhas, uma a uma. Com esse método, o botão dormente que está localizado na parte inferior da folha, entre o par de agulhas, acordará e crescerá. Este botão adormecido terá agulhas menores e crescimento mais adensado.
Se ambas as agulhas forem arrancadas de uma vez, é bem provável que o botão adormecido seja arrancado também.
Se você está inseguro acerca de quais são as agulhas velhas, é possível sentir com seus dedos. As agulhas velhas são mais duras e de tonalidade verde mais escuro, comparadas com as novas que cresceram no último ano e que são mais maleáveis.
As agulhas mais recentes são, também, mais facilmente arrancadas, enquanto aquelas mais velhas necessitam de mais força.
Poda
Há dois objetivos com a poda. O primeiro relaciona-se com a estilização geral da árvore. O segundo tem a intenção de desenvolver ramificações através de uma poda dos galhos. Aqui, o objetivo da poda é o de desenvolver novos galhos, os quais formarão agrupamentos de 6 a 10 agulhas no fim de cada galho.
Deixar algumas agulhas em crescimento, para melhorar a probabilidade de formação de um novo botão na madeira velha, e a formação de um novo galho lateral. Quando o fim do galho é cortado, deixar de dois a quatro pares de agulhas. Isso ajudará o desenvolvimento de novos galhos laterais.
Os novos botões crescem costumeiramente em agrupamentos ao redor da bainha de agulhas. Tenha muito cuidado para não danificar essas bainhas.
Hora da Poda
Em geral, é hora da poda quando sua árvore está com crescimento lento, durante o Outono e o Inverno. Isso evitará perda de seiva, o que estressa a árvore.
Se você deseja obter o desenvolvimento de novos botões em plantas novas, a poda deve ser feita no Verão.
A poda durante o início do Outono dará ao Pinheiro uma mudança estrutural.
Quando podar, é sábio deixar um pequeno pedaço de ramo que secará durante os próximos meses.
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Nunca corte atrás das agulhas, pois isso causará a morte do galho.
Menor espaço entre nós
Os dois ou três primeiros internós de um botão novo obtido através da poda, serão mais curtos que os internós do resto da brotação. Pinçando e deixando um ou dois botões, contribuirá para manter as seções internos curtas, e também descartando as fortes brotações que têm longos internós. Isso é importante para a área da parte externa do galho.
Da mesma forma que para os galhos do tronco, os galhos externos devem ter agulhas e nós bem próximos (adensados), de modo a produzir uma aparência natural e uma silhueta firme e compacta.
O comprimento dos internós é também influenciado pelo tempo e pelo crescimento da árvore. Árvores com bom crescimento formam internós longos, tanto quanto árvores muito fertilizadas na Primavera, ou Pinheiros podados durante o Inverno. Pinheiros que são fertilizados e podados no início do Verão, e não na Primavera, formarão, também, menores internós.
Diferenças entre Pinheiros de duas e cinco agulhas, e crescimento balanceado.
Texto, desenhos e fotos por Morten Albek
Desenvolver novos galhos e novos botões nos Pinheiros é uma das dificuldades com essa espécie. E pode ser um pouco complicado obter um apanhado geral das muitas diferentes técnicas para o sucesso com os Pinheiros.
Tentarei descrever algumas regras que, espero, auxiliarão a entender isso.
Balanço
Balancear o vigor entre áreas fracas e fortes de uma árvore é, também, algo com que se preocupar. Pinçar e podar deve ser feito com o objetivo de balancear os galhos mais fracos contra aqueles de crescimento mais vigoroso. O mesmo é o caso com agulhas fracas e fortes.
Faça isso apenas em árvores sadias. Árvores fracas devem ser deixadas crescer e ganhar vigor.
Os Pinheiros têm o crescimento mais forte no topo e nas pontas dos galhos. Galhos mais baixos e as brotações interiores são os mais fracos.
Portanto, é necessário manter o balanceamento entre as partes mais fortes e as mais fracas, fazendo a pinçagem e a poda mais dura nas partes mais fortes, para que as partes mais fracas ganhem força.
Com este trabalho, o foco está em manter o balanceamento entre áreas fracas e fortes. Isso influenciará, também, em quantos novos brotos emergirão, mas o foco está no balanceamento do crescimento:
1) Comece pinçando os botões fracos indesejados.
2) Uma semana depois, pince os botões fortes indesejados.
3) Depois, seletivamente, remova botões nas áreas fracas, deixando apenas o maior e mais forte.
4) Por último, nas áreas mais fortes, deixaremos os botões fracos e removeremos o maior e mais forte.
Pinheiros de cinco agulhas são tratados de forma oposta.
Agulhas fortes versus agulhas fracas
A dificuldade em entender esta parte está na regra de deixar as agulhas mais fortes crescerem quando você pinça as mais fracas primeiro! Isto se faz para manter as agulhas curtas, e terá nenhum efeito no balanceamento geral se a pinçagem for feita durante um período de três semanas.
Conhecendo seu Pinheiro
Temos que ter um bom conhecimento sobre a árvore e seu crescimento, para compreendermos completamente isto. Se você cuidadosamente observar sua árvore através das estações, você estará bem ciente sobre o balanceamento entre áreas fortes e fracas e, portanto, será capaz de corrigir qualquer crescimento desbalanceado.
Sempre pode de forma a deixar que o Sol alcance os galhos internos, para desenvolver novos botões, a partir dos quais novos galhos possam crescer. Isso assegurará a possibilidade de desenvolver e manter seu Pinheiro na forma desejada.
Para Pinheiros de duas e cinco agulhas.
Diferenças
É importante saber que há algumas diferenças entre as espécies de Pinheiros.
1) Há o Pinheiro comum de duas agulhas, que inclui, por exemplo, o Pinus sylvestris, Pinus thunbergii (Pinheiro Negro japonês) e o Pinus mugo. Todos eles são conhecidos por possuírem duas agulhas a partir do mesmo ponto.
Pinheiro de duas agulhas
1) Os Pinheiros de cinco agulhas possuem cinco agulhas no mesmo agrupamento, como o Pinus parviflora (Pinheiro Branco) e variantes.
Pinheiro de cinco agulhas, com cinco agulhas situadas no mesmo ponto.
1) Um Pinheiro especial é o Pinheiro de três agulhas, e este é tratado como o de duas agulhas.
É muito importante diferenciar entre os Pinheiros de duas e três agulhas, e o de cinco agulhas. Eles necessitam ser tratados diferentemente, para que se tenha sucesso.
Além disso, é necessário ficar atento ao timing para pinçar novas velas.
Os Pinheiros reagem diferentemente se novas velas são pinças cedo, tarde ou em momento algum. Também o período do anos em que as tarefas são executadas influenciará na reação e comportamento dos Pinheiros.
Como regra geral, é melhor manter as árvores no lado mais seco no período em que as velas estão desabrochando e endurecendo.
Fatores que influenciarão tanto o Pinheiro de duas agulhas como o de cinco agulhas
O vento e o tempo em geral, afetarão as técnicas usadas nos Pinheiros. E as diferentes espécies reagirão diferentemente sob essas influências.
Mas a principal preocupação é o timing para a pinçagem, em relação ao desenvolvimento das velas. Isso afetará o quão bom será o efeito da pinçagem e qual o resultado que se seguirá.
Velas
Como princípio, as velas mais fortes precisão ser removidas para que as mais fracas se desenvolvam. De outra forma, os galhos mais fracos morrerão com o tempo.
As velas mais fracas, portanto, devem ser pinçadas apenas em um terço de seu tamanho, ou nada, dependendo do seu vigor. As velas fortes devem ser podadas deixando apenas um terço ou removidas totalmente.
Divida o processo em três passos, com aproximadamente uma semana de pausa entre as pinçagens.
Quando novos botões brotam no fim da estação a partir da base da pinçagem ou atrás, o mesmo princípio deve ser usado para manter o balanceamento entre pontos fracos e fortes.
Velas de três diferentes espécies de Pinheiros, na mesma época do ano.
Pinus sylvestris
Pinus parviflora
Pinus mugo
Cinco princípios
1) Sempre serão deixadas não mais do que duas novas velas para formar o novo crescimento, após a pinçagem. Remova velas excessivas.
2) Sempre remova a vela central, para que o novo crescimento ocorra em forma de V.
3) Removendo as velas mais lentas primeiro, em Pinheiros de duas agulhas, auxiliará na surgimento de agulhas do mesmo comprimento. É o oposto quando você pinça Pinheiros de cinco agulhas.
4) Quanto mais velas são removidas, mais novos crescimentos aparecerão. Em árvores velhas, que apenas precisam ser mantidas em forma, isso deve ser parcialmente ou totalmente evitado.
5) Se você tem dúvidas sobre como e quando fazer, é sempre aconselhável levar sua árvore a um cultivador de Pinheiros experiente. É sempre mais fácil entender as técnicas quando elas são mostradas para você.
Yamadori e primeiros cuidados
Texto e fotos por Morten Albek
Pinus sylvestris
Yamadori é a palavra japonesa que significa a coleta de plantas da natureza. A melhor época para o Yamadori é no início da Primavera, para árvores decíduas, e durante o Outono ou bem no início da Primavera quando a tarefa é coletar a maioria das plantas que sempre estão verdes.
Uma das melhores espécies para coletar na natureza é o Pinheiro. Especialmente Pinheiros de montanha apresentarão grande maturidade e força pela rugosidade de seu tronco em bons espécimes velhos.
Yamadori é o meio de se obter árvores de alta qualidade. Leva muito tempo, mas vale totalmente o esforço, se você quer o melhor. Ao mesmo tempo, você terá um estreito contato com a natureza, e isso me dá uma certa relação com uma árvore coletada da natureza.
As árvores coletadas da natureza terão a maturidade que é tão valorizada em um bonsai, e os Pinheiros obtidos em estufas não terão essas qualidades.
Mente aberta
Quando se coleta da natureza, é importante manter a mente aberta, de modo que se consiga ver a árvore selvagem como ela será após ser estilizada nos anos que se seguirem. O que você deve realmente procurar é o tronco, pois a alma do tronco é mostrada nessa etapa. Sem um tronco poderoso, não se obtém um bonsai poderoso.
A formação dos galhos é quase sem importância, pois em muitos casos será possível estilizar a árvore mais tarde, arranjando a estrutura de galhos.
Além disso, Pinheiros tem a grande vantagem de que seus galhos se submetem com grande facilidade, se não forem muito velhos e finos.
No campo, será possível fazer o corte de galhos muito longos, mas isso deve ser feito com cuidado, e lembre-se de selar todos os cortes com pasta selante imediatamente.
Quanto menos você corta no campo, melhores são as chances de sobrevivência quando da remoção de seu local de origem. Em alguns casos é necessário balancear a massa de folhagem ao volume das raízes, para manter viva a árvore.

Fixas na rocha ou soltas?
Antes de tentar remover a árvore, verifique cuidadosamente se é possível remove-la sem por em risco a vida da planta.
Como regra, é freqüentemente possível coletar a árvore, se você conseguir fazer com que ela se mova a partir de sua posição original. Se ela estiver sólida como uma rocha, as raízes estarão crescendo mais fundo, nos espaços das rochas. Com isso, provavelmente você não obterá nenhuma das necessárias raízes curtas que sustentam a vida da árvore quando ela for colocada no estreito espaço de um vaso.
Este não foi possível remover sem pôr em risco sua vida. Assim, ele ainda está lá, aproveitando sua vida selvagem.
Cuidado posterior
É importante fornecer o apropriado cuidado aos Pinheiros (bem como a outras espécies), de forma a permitir sua sobrevivência.
O ponto crucial é a obtenção de um adequado volume de torrão de terra e raízes, quando cavamos. Primeiro, cave ao redor da árvore e assegure-se de que há uma boa quantidade de raízes no torrão de terra retirado com a planta. Antes da retirada da árvore, um pedaço de pano é enrolado no solo do torrão escavado e amarrado firmemente para manter coeso o torrão. Isto vem impedir que as raízes se rompam quando a árvore é retirada do chão. Adicione musgos ao redor do torrão e da parte inferior do tronco, para manter a umidade. Os musgos são geralmente encontrados próximo aos Pinheiros, em seu local de origem.
Container de madeira
Depois que a árvore coletada é trazida para casa, plante-a em um vaso de madeira, com um solo muito bem drenado. Só remova um pouco do solo original para que as novas raízes tenham um contato com o novo solo.
Cuidadosamente, remova um pouco do solo original com um bastão de madeira, mas não corte nenhuma raiz.
É importante que as raízes estejam tão intactas quanto possível, quando a árvore for plantada, pois a remoção e corte de raízes no campo é muito estressante, especialmente em espécimes velhas.

* CUIDADOS COM JUNIPERO


O Shimpaku é uma das espécies mais conhecidas no mundo, quando as pessoas (que não cultivam bonsai) pensam em bonsai, geralmente é a figura de um Shimpaku que lhes vem à mente (mesmo que não saibam). Abaixo temos um exemplar trabalhado por Salvatore Liporace, um renomado bonsaísta Italiano, autor de trabalhados impressionantes.

Nome científico: Juniperus chinensis "sargentii"
Nome popular: Shimpaku
Origem: Conífera originária da China, freqüentemente utilizada no Japão para bonsai. No Brasil ainda é pouco comercializado, sendo encontrado mais facilmente em viveiros especializados.
Ambiente: Planta característica de exterior, porém não possui um único habitat, podendo crescer em diversos lugares (inclusive em altas montanhas, com alturas superiores a 3.700m), mas em todos os casos, se adaptam melhor em lugares ensolarados, apenas os exemplares muito novos e/ou recém transplantados devem ser protegidos do excesso de sol. Gosta de todo tipo de solo (bem drenado), e suporta bem o vento.
Características: É uma conífera que muda de aspecto conforme a idade: as agulhas jovens são largas, de cor clara, e vão ficando pequenas com a idade. O curioso é que um mesmo exemplar pode apresentar folhagens jovens e adultas. Possui um tronco é escuro e levemente avermelhado, desprendendo a casca com facilidade. O Shimpaku é apenas uma das espécies de Juníperus utilizadas em bonsai, existem mais ou menos sessenta espécies de Juníperus difundidas pelo mundo.
Adubação: Adube na primavera e no outono, com intervalo de duas a três semanas. Na última dose do outono, aumente a quantidade para preparar a árvore para o inverno. Não adube no verão e tampouco uma árvore doente ou recém transplantada.
Rega: Regue abundantemente, voltando a molhar apenas quando a terra estiver seca. No verão, regue e borrife-o todos os dias diminuindo a frequência no outono e inverno, e voltando a aumentar no início da primavera.
Transplante: Deve ser feito no início da primavera, antes que comece a brotar, a cada três ou cinco anos, em função da idade. Pode 1/3 ou até metade das raízes, o Shimpaku tolera bem a poda. É uma árvore que prefere uma terra com boa drenagem, por isso aumente um pouco mais a porcentagem de areia na mistura da terra (até metade do substrato pode ser composto de areia).
Poda: Nunca pode as folhas (agulhas) do Shimpaku com tesoura, utilize sempre os dedos ou pinças. Os Juníperus voltam a brotar de maneira imprevisível, por isso, evite eliminar toda a folhagem de um galho durante as podas, para não correr o risco de perder este galho por falta de brotação.
Reprodução: Estaquia. É uma planta de fácil reprodução.
Aramação: Durante o outono, e deixe o arame por cerca de oito meses aproximadamente, este procedimento deve ser repetido todos os anos, até que se atinja a forma desejada, lembrando sempre de não amassar as agulhas com os arames.
Dicas: Elimine regularmente (da primavera até o outono), as agulhas que ficarem amarelas. Limpe sempre a parte interna da árvore, aumentando a aeração da planta, para que sua folhagem se desenvolva melhor. Seguindo essas dicas, você tem tudo para que seu bonsai fique cada dia mais bonito.