sábado, 19 de junho de 2010

* CUIDADOS COM PINHEIRO NEGRO


Matsu é o nome japonês de uma das mais apreciadas espécies para bonsai, o Pinheiro.
Pinheiros têm um poder definitivo e estético, uma árvore de muito valor. Ao mesmo tempo, o Pinheiro é também uma das espécies mais difíceis para se transformar em bonsai.
Muito embora o Pinheiro, Matsu, seja tolerante à seca e resista tanto com temperaturas congelantes como com verões quentes, ainda assim não é um dos bonsais mais fáceis para manter.
Os Pinheiros parecem ter se desenvolvido para lidar com o ambiente no qual se estabeleceram e são, portanto, difíceis de serem movidos para uma outra região sem que isso seja feito com muito cuidado.
Os Pinheiros demandam muito conhecimento acerca das técnicas a serem utilizadas. As necessidades biológicas do Pinheiro precisam ser compreendidas para que se possa lidar com a espécie e obter a recompensa dessa árvore maravilhosa.
Nas seções deste website, tentei cobrir boa parte das informações necessárias. Meu objetivo é fornecer um apanhado geral que possa ser compreendido, para que se obtenha um melhor sucesso com os Pinheiros como bonsai.
Constantemente, adicionarei novas informações a esta seção.
Se você quiser conhecer o Pinheiro, lide com ele!
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Deixe menos agulhas nas áreas mais fortes e mais agulhas nas partes mais fracas.
O efeito obtido
O propósito de arrancar agulhas consiste em que vários novos botões serão formados durante o Inverno.
A técnica de arrancar as agulhas
Use seus dedos para gentilmente quebrar e puxar as agulhas, uma a uma. Com esse método, o botão dormente que está localizado na parte inferior da folha, entre o par de agulhas, acordará e crescerá. Este botão adormecido terá agulhas menores e crescimento mais adensado.
Se ambas as agulhas forem arrancadas de uma vez, é bem provável que o botão adormecido seja arrancado também.
Se você está inseguro acerca de quais são as agulhas velhas, é possível sentir com seus dedos. As agulhas velhas são mais duras e de tonalidade verde mais escuro, comparadas com as novas que cresceram no último ano e que são mais maleáveis.
As agulhas mais recentes são, também, mais facilmente arrancadas, enquanto aquelas mais velhas necessitam de mais força.
Poda
Há dois objetivos com a poda. O primeiro relaciona-se com a estilização geral da árvore. O segundo tem a intenção de desenvolver ramificações através de uma poda dos galhos. Aqui, o objetivo da poda é o de desenvolver novos galhos, os quais formarão agrupamentos de 6 a 10 agulhas no fim de cada galho.
Deixar algumas agulhas em crescimento, para melhorar a probabilidade de formação de um novo botão na madeira velha, e a formação de um novo galho lateral. Quando o fim do galho é cortado, deixar de dois a quatro pares de agulhas. Isso ajudará o desenvolvimento de novos galhos laterais.
Os novos botões crescem costumeiramente em agrupamentos ao redor da bainha de agulhas. Tenha muito cuidado para não danificar essas bainhas.
Hora da Poda
Em geral, é hora da poda quando sua árvore está com crescimento lento, durante o Outono e o Inverno. Isso evitará perda de seiva, o que estressa a árvore.
Se você deseja obter o desenvolvimento de novos botões em plantas novas, a poda deve ser feita no Verão.
A poda durante o início do Outono dará ao Pinheiro uma mudança estrutural.
Quando podar, é sábio deixar um pequeno pedaço de ramo que secará durante os próximos meses.
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Nunca corte atrás das agulhas, pois isso causará a morte do galho.
Menor espaço entre nós
Os dois ou três primeiros internós de um botão novo obtido através da poda, serão mais curtos que os internós do resto da brotação. Pinçando e deixando um ou dois botões, contribuirá para manter as seções internos curtas, e também descartando as fortes brotações que têm longos internós. Isso é importante para a área da parte externa do galho.
Da mesma forma que para os galhos do tronco, os galhos externos devem ter agulhas e nós bem próximos (adensados), de modo a produzir uma aparência natural e uma silhueta firme e compacta.
O comprimento dos internós é também influenciado pelo tempo e pelo crescimento da árvore. Árvores com bom crescimento formam internós longos, tanto quanto árvores muito fertilizadas na Primavera, ou Pinheiros podados durante o Inverno. Pinheiros que são fertilizados e podados no início do Verão, e não na Primavera, formarão, também, menores internós.
Diferenças entre Pinheiros de duas e cinco agulhas, e crescimento balanceado.
Texto, desenhos e fotos por Morten Albek
Desenvolver novos galhos e novos botões nos Pinheiros é uma das dificuldades com essa espécie. E pode ser um pouco complicado obter um apanhado geral das muitas diferentes técnicas para o sucesso com os Pinheiros.
Tentarei descrever algumas regras que, espero, auxiliarão a entender isso.
Balanço
Balancear o vigor entre áreas fracas e fortes de uma árvore é, também, algo com que se preocupar. Pinçar e podar deve ser feito com o objetivo de balancear os galhos mais fracos contra aqueles de crescimento mais vigoroso. O mesmo é o caso com agulhas fracas e fortes.
Faça isso apenas em árvores sadias. Árvores fracas devem ser deixadas crescer e ganhar vigor.
Os Pinheiros têm o crescimento mais forte no topo e nas pontas dos galhos. Galhos mais baixos e as brotações interiores são os mais fracos.
Portanto, é necessário manter o balanceamento entre as partes mais fortes e as mais fracas, fazendo a pinçagem e a poda mais dura nas partes mais fortes, para que as partes mais fracas ganhem força.
Com este trabalho, o foco está em manter o balanceamento entre áreas fracas e fortes. Isso influenciará, também, em quantos novos brotos emergirão, mas o foco está no balanceamento do crescimento:
1) Comece pinçando os botões fracos indesejados.
2) Uma semana depois, pince os botões fortes indesejados.
3) Depois, seletivamente, remova botões nas áreas fracas, deixando apenas o maior e mais forte.
4) Por último, nas áreas mais fortes, deixaremos os botões fracos e removeremos o maior e mais forte.
Pinheiros de cinco agulhas são tratados de forma oposta.
Agulhas fortes versus agulhas fracas
A dificuldade em entender esta parte está na regra de deixar as agulhas mais fortes crescerem quando você pinça as mais fracas primeiro! Isto se faz para manter as agulhas curtas, e terá nenhum efeito no balanceamento geral se a pinçagem for feita durante um período de três semanas.
Conhecendo seu Pinheiro
Temos que ter um bom conhecimento sobre a árvore e seu crescimento, para compreendermos completamente isto. Se você cuidadosamente observar sua árvore através das estações, você estará bem ciente sobre o balanceamento entre áreas fortes e fracas e, portanto, será capaz de corrigir qualquer crescimento desbalanceado.
Sempre pode de forma a deixar que o Sol alcance os galhos internos, para desenvolver novos botões, a partir dos quais novos galhos possam crescer. Isso assegurará a possibilidade de desenvolver e manter seu Pinheiro na forma desejada.
Para Pinheiros de duas e cinco agulhas.
Diferenças
É importante saber que há algumas diferenças entre as espécies de Pinheiros.
1) Há o Pinheiro comum de duas agulhas, que inclui, por exemplo, o Pinus sylvestris, Pinus thunbergii (Pinheiro Negro japonês) e o Pinus mugo. Todos eles são conhecidos por possuírem duas agulhas a partir do mesmo ponto.
Pinheiro de duas agulhas
1) Os Pinheiros de cinco agulhas possuem cinco agulhas no mesmo agrupamento, como o Pinus parviflora (Pinheiro Branco) e variantes.
Pinheiro de cinco agulhas, com cinco agulhas situadas no mesmo ponto.
1) Um Pinheiro especial é o Pinheiro de três agulhas, e este é tratado como o de duas agulhas.
É muito importante diferenciar entre os Pinheiros de duas e três agulhas, e o de cinco agulhas. Eles necessitam ser tratados diferentemente, para que se tenha sucesso.
Além disso, é necessário ficar atento ao timing para pinçar novas velas.
Os Pinheiros reagem diferentemente se novas velas são pinças cedo, tarde ou em momento algum. Também o período do anos em que as tarefas são executadas influenciará na reação e comportamento dos Pinheiros.
Como regra geral, é melhor manter as árvores no lado mais seco no período em que as velas estão desabrochando e endurecendo.
Fatores que influenciarão tanto o Pinheiro de duas agulhas como o de cinco agulhas
O vento e o tempo em geral, afetarão as técnicas usadas nos Pinheiros. E as diferentes espécies reagirão diferentemente sob essas influências.
Mas a principal preocupação é o timing para a pinçagem, em relação ao desenvolvimento das velas. Isso afetará o quão bom será o efeito da pinçagem e qual o resultado que se seguirá.
Velas
Como princípio, as velas mais fortes precisão ser removidas para que as mais fracas se desenvolvam. De outra forma, os galhos mais fracos morrerão com o tempo.
As velas mais fracas, portanto, devem ser pinçadas apenas em um terço de seu tamanho, ou nada, dependendo do seu vigor. As velas fortes devem ser podadas deixando apenas um terço ou removidas totalmente.
Divida o processo em três passos, com aproximadamente uma semana de pausa entre as pinçagens.
Quando novos botões brotam no fim da estação a partir da base da pinçagem ou atrás, o mesmo princípio deve ser usado para manter o balanceamento entre pontos fracos e fortes.
Velas de três diferentes espécies de Pinheiros, na mesma época do ano.
Pinus sylvestris
Pinus parviflora
Pinus mugo
Cinco princípios
1) Sempre serão deixadas não mais do que duas novas velas para formar o novo crescimento, após a pinçagem. Remova velas excessivas.
2) Sempre remova a vela central, para que o novo crescimento ocorra em forma de V.
3) Removendo as velas mais lentas primeiro, em Pinheiros de duas agulhas, auxiliará na surgimento de agulhas do mesmo comprimento. É o oposto quando você pinça Pinheiros de cinco agulhas.
4) Quanto mais velas são removidas, mais novos crescimentos aparecerão. Em árvores velhas, que apenas precisam ser mantidas em forma, isso deve ser parcialmente ou totalmente evitado.
5) Se você tem dúvidas sobre como e quando fazer, é sempre aconselhável levar sua árvore a um cultivador de Pinheiros experiente. É sempre mais fácil entender as técnicas quando elas são mostradas para você.
Yamadori e primeiros cuidados
Texto e fotos por Morten Albek
Pinus sylvestris
Yamadori é a palavra japonesa que significa a coleta de plantas da natureza. A melhor época para o Yamadori é no início da Primavera, para árvores decíduas, e durante o Outono ou bem no início da Primavera quando a tarefa é coletar a maioria das plantas que sempre estão verdes.
Uma das melhores espécies para coletar na natureza é o Pinheiro. Especialmente Pinheiros de montanha apresentarão grande maturidade e força pela rugosidade de seu tronco em bons espécimes velhos.
Yamadori é o meio de se obter árvores de alta qualidade. Leva muito tempo, mas vale totalmente o esforço, se você quer o melhor. Ao mesmo tempo, você terá um estreito contato com a natureza, e isso me dá uma certa relação com uma árvore coletada da natureza.
As árvores coletadas da natureza terão a maturidade que é tão valorizada em um bonsai, e os Pinheiros obtidos em estufas não terão essas qualidades.
Mente aberta
Quando se coleta da natureza, é importante manter a mente aberta, de modo que se consiga ver a árvore selvagem como ela será após ser estilizada nos anos que se seguirem. O que você deve realmente procurar é o tronco, pois a alma do tronco é mostrada nessa etapa. Sem um tronco poderoso, não se obtém um bonsai poderoso.
A formação dos galhos é quase sem importância, pois em muitos casos será possível estilizar a árvore mais tarde, arranjando a estrutura de galhos.
Além disso, Pinheiros tem a grande vantagem de que seus galhos se submetem com grande facilidade, se não forem muito velhos e finos.
No campo, será possível fazer o corte de galhos muito longos, mas isso deve ser feito com cuidado, e lembre-se de selar todos os cortes com pasta selante imediatamente.
Quanto menos você corta no campo, melhores são as chances de sobrevivência quando da remoção de seu local de origem. Em alguns casos é necessário balancear a massa de folhagem ao volume das raízes, para manter viva a árvore.

Fixas na rocha ou soltas?
Antes de tentar remover a árvore, verifique cuidadosamente se é possível remove-la sem por em risco a vida da planta.
Como regra, é freqüentemente possível coletar a árvore, se você conseguir fazer com que ela se mova a partir de sua posição original. Se ela estiver sólida como uma rocha, as raízes estarão crescendo mais fundo, nos espaços das rochas. Com isso, provavelmente você não obterá nenhuma das necessárias raízes curtas que sustentam a vida da árvore quando ela for colocada no estreito espaço de um vaso.
Este não foi possível remover sem pôr em risco sua vida. Assim, ele ainda está lá, aproveitando sua vida selvagem.
Cuidado posterior
É importante fornecer o apropriado cuidado aos Pinheiros (bem como a outras espécies), de forma a permitir sua sobrevivência.
O ponto crucial é a obtenção de um adequado volume de torrão de terra e raízes, quando cavamos. Primeiro, cave ao redor da árvore e assegure-se de que há uma boa quantidade de raízes no torrão de terra retirado com a planta. Antes da retirada da árvore, um pedaço de pano é enrolado no solo do torrão escavado e amarrado firmemente para manter coeso o torrão. Isto vem impedir que as raízes se rompam quando a árvore é retirada do chão. Adicione musgos ao redor do torrão e da parte inferior do tronco, para manter a umidade. Os musgos são geralmente encontrados próximo aos Pinheiros, em seu local de origem.
Container de madeira
Depois que a árvore coletada é trazida para casa, plante-a em um vaso de madeira, com um solo muito bem drenado. Só remova um pouco do solo original para que as novas raízes tenham um contato com o novo solo.
Cuidadosamente, remova um pouco do solo original com um bastão de madeira, mas não corte nenhuma raiz.
É importante que as raízes estejam tão intactas quanto possível, quando a árvore for plantada, pois a remoção e corte de raízes no campo é muito estressante, especialmente em espécimes velhas.

Um comentário:

  1. parabens amigo. mais explicativo que muito videozinho do youtube, os cara fala fala e fica escondendo as coisas mais importantes ...

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